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Na semana passada assistimos em Portugal a mais um aumento de impostos. Paradoxalmente temos num lado da barricada os auto proclamados "socialistas" a criticarem a taxação, mas a prometerem que não os baixam (claro!), e do outro, os ditos "liberais" a mostrarem mais uma vez a paixão pelos impostos e a visão de que o controlo do défice e dívida pública só lá vai com o dinheiro dos contribuintes.
O IVA, na Europa, é uma taxa aplicada aos bens e serviços em todos os passos de produção e distribuição. Imaginemos um carro: o metal extraído é taxado quando vendido à metalurgica. Após processado é vendido à fábrica de partes de automóveis depois de ... taxado. Cada peça é taxada quando vendida ao fabricante dos automóveis que por sua vez vai vender acrescido da IVA aos stands, até que nós, consumidores finais, pagaremos também o IVA quando comprarmos o nosso carro.
Fazendo um exercício intelectual simples é trivial concluír que famílias, ou empresas, que pela cardinalidade da sua existência, têm uma maior necessidade de consumir bens e serviços, serão então os que, embora à percentagem, contribuirão em maior escala para este imposto. Imposto este que aumenta por necessidade de equilibrar contas públicas e que coabita com uma redução salarial que não tem parado.
O governo português espera então encaixar 150 milhões de euros no próximo ano prejudicando directamente "apenas" quem consome e quem produz, que é como quem diz: estrangulando a economia do país. Pessoalmente vejo este como mais um encaixe fácil para o estado através de um ataque directo ao poder de compra e consequentemente ao desenvolvimento económico do país.
Por vezes a demagogia classifica em Portugal os partidos apenas pelas opiniões em matéria de costumes, mas a nível económico, este governo, que tantos apelidaram de "direita" ou "liberal" mais depressa admite que nunca leu o Adam Smith.